O meu objetivo como psicóloga é tentar ajudar as pessoas, que me procuram, a compreender o seu sofrimento. Ajudá-las a voltar a sentir alegria, prazer, paz e tranquilidade, esperança no futuro, confiança nelas próprias. A ultrapassar os seus problemas e limitações, aumentando a responsabilidade individual, deixar para trás o medo e as inseguranças, reduzindo a perspetiva de vitimização. A obter maior capacidade de autocuidado e estratégias de coping mais adequadas, para começarem a atingir os seus próprios objetivos, a aumentar a resiliência e a diminuir a vulnerabilidade à doença física e mental.

No fundo, ajudá-las a dar significado ao sofrimento, apoiando-as na compreensão do poder que têm de agir sobre o seu mundo.

As ferramentas práticas que mais utilizo provêm do Modelo da Psicoterapia Interpessoal que é validado e recomendado pela American Psychiatric Association (APA) desde a década de 90, por ser objetivo e mensurável, é consensualmente uma das mais estudadas e validadas formas de psicoterapia. A Psicoterapia Interpessoal é uma intervenção estruturada (princípio, meio e fim), limitada no tempo (12-16 sessões), com foco no presente (“aqui e agora”), nas relações interpessoais e na melhoria do suporte social. O objetivo é tornar a pessoa funcional, atuando nos sintomas, no funcionamento interpessoal, no aumento do suporte social e na resolução da crise interpessoal. Esta abordagem é comprovada como eficaz na Depressão e atualmente validada para muitas outras patologias (Distimia; Perturbação de Stress Pós-Traumático; Perturbação Bipolar, etc.).

A psicoterapia ajudou-me a perceber que o primeiro passo para resolver um problema é identificá-lo. Após isso firmar e focar a nossa ação em passos simples, com objetivos vísiveis, de curto prazo, com vista à resolução do problema. Ajudou-me a ter a perceção que a conquista de objetivos e a superação de limitações causa satisfação e felicidade, quando fazemos o que dissemos que íamos fazer, por regra, isso cria respostas emocionais positivas, que, acumuladas de forma recorrente, influenciam o estado de humor e o bem-estar geral. Com a aquisição deste estado mais estável, ganhamos cada vez maior capacidade racional e emocional para superar e seguir com a vida de maneira mais leve e flexível. O que deixa em aberto a possibilidade de deixar a gestão da vida a curto prazo e começamos a sonhar mais, estabelecendo objetivos de médio e longo prazo. Isso desperta a capacidade de olhar para novos horizontes, assumindo uma postura de interesse e de valor para com a vida.